Campos gerais
Prefeito Miro Falcão faz live atacando mulheres que o acusaram de assédio sexual e agressões verbais
Expôs o passado delas, informações sobre vida pessoal e negou os fatos, culpando a reportagem do Minas Acontece que baseou a matéria no boletim de ocorrência.
21 de fevereiro de 2024
Após a publicação de uma matéria pelo Minas Acontece na última sexta-feira (16/02), na qual duas mulheres acusaram Miro Falcão, prefeito de Campos Gerais, de assédio sexual e agressões verbais durante o carnaval, o político realizou uma transmissão ao vivo, atacando as mulheres que o acusaram e negando as alegações, responsabilizando a cobertura jornalística.
No evento em questão, ocorrido em um domingo de carnaval, houve um desentendimento com a equipe de segurança — as vítimas — que impediu familiares menores de idade do prefeito (primos) de entrarem na festa após o horário permitido (01:00).
Respondendo à reportagem divulgada no final de semana (17/02), Falcão refutou as acusações de agressão verbal e assédio sexual, atacando a moral de uma das vítimas. Acusou-a de possuir um caráter questionável em Campo do Meio e se contradisse ao mencionar fotografias “inapropriadas” vistas por terceiros, mudando sua versão dos fatos em seguida para alegar que as imagens haviam sido enviadas diretamente a ele. Além disso, descreveu a vítima como alguém que não estava uniformizada adequadamente, estava embriagada e que tentou verificar seu crachá, que estava posicionado próximo aos seus seios.
Em relação à outra vítima, de Campos Gerais, o prefeito negou agressões verbais, embora tenha admitido proferir palavrões contra ela. Novamente se contradizendo, Falcão atacou a mulher, afirmando falsamente que ela possuía registros policiais por furtar a avó e a mãe, apesar de a vítima não ter antecedentes criminais e sua avó ter falecido há mais de quinze anos.
Finalmente, o prefeito direcionou críticas à cobertura jornalística feita por Pedrinho MinasAcontece, culpando-o pela publicação do artigo que descreveu os fatos registrados no boletim de ocorrência da Polícia Militar, sem apresentar qualquer contraprova substantiva às alegações das vítimas ou ao conteúdo do boletim.
O prefeito, para desqualificar a reportagem, chamou o jornalista Pedrinho de “câncer”, o que não nos surpreende; banalizar uma doença tão grave e triste é prática comum, pois por diversas vezes o Minas Acontece fez reportagens sobre ele negando transporte até mesmo a pacientes de oncologia que precisam se tratar em outras cidades, já que Campos Gerais não oferece tratamento oncológico pelo SUS.
A live desastrosa do prefeito Miro Falcão, que por diversas vezes se contradisse, ratifica o comportamento de praxe de suspeitos de assédio sexual que sempre atacam e tentam manchar o caráter das vítimas para desqualificá-las, colocando a culpa nelas. Depois da “resposta” em live, acusou as vítimas de estarem erradas, atacando a vida pessoal delas. A vítima de assédio deu entrevista para outro jornal, aos prantos, falando até mesmo em tirar a própria vida. Esse modus operandi de culpar as vítimas já é conhecido no meio policial e só agrava a situação do suspeito. O caso revoltou uma grande parte da população, principalmente mulheres que esperam uma resposta das autoridades competentes: Campos Gerais quer justiça e diz não à violência contra a mulher.
Da Redação